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A cultura do desapego

        Conforme a saudade caminha para o futuro, há uma série de inovações sociais e tecnológicas, houve árduos anos de estudo e pesquisas, para que as pessoas pudessem se comunicar umas com as outras da forma mais direta e simples possível. Atualmente, pode-se dizer que essa forma de comunicação é acessível para a maioria das pessoas.

          Porém conforme há uma evolução, modifica-se a forma das pessoas se relacionarem. A demonstração de afeto está se tornando algo cada vez mais banal, o interesse é entendido como desespero e nada pode acontecer rápido demais, pois então os contemplados a viverem tal momento são vistos como pessoas que não se contentam com sua própria companhia.

         Quando foi que as pessoas se tornaram assim? Quando foi que demorar para responder mensagens virou algo charmoso? E se a sua mensagem for a última, meu amigo, sinto lhe informar que você, no momento, se encontra por baixo nesse jogo, sua mensagem ser a última é a prova de que a pessoa do outro lado não tem mais motivos para dar atenção à você, pronto, ela se importa menos, ela ganha, o desesperado é você.

           Talvez as pessoas queiram demonstrar cada vez mais que não tem tempo para essas coisas infantis, que são importantes demais para isso. O problema não é quando isso acontece, o problema é quando não acontece, quando não passa de fingimento para demonstrar o desinteresse, pois o “desinteresse” é o novo interesse. A pessoa que arquiteta tudo isso, pensa que fez um jogo e prenderá seu pretendente em todo esse mistério de sedução. A pessoa do outro lado porém, vê isso como um joguinho e devolverá apenas uma revirada de olhos para o “jogador”. Pra quê toda essa dificuldade se o futuro é a morte?

             Por que querer fazer as pessoas se tornarem frias, se o nosso coração esquenta ao saber que nossa aparência, nossa personalidade cativou alguém? São sensações tão boas que merecem ser vividas. Ninguém mais tem tempo para ficar se humilhando pra ninguém. Enquanto as pessoas que arquitetam toda a teia, querem mostrar que vivem a cultura do desapego, as pessoas que tendem a ser as presas deveriam proibir a cultura do “Então a fila anda”.

Samily Correa

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