A Grande Filosofia

E então, em meio a tantas recomendações e conselhos, que na cabeça de sua mãe e da sociedade são corretos, Bia acabou crescendo com uma única filosofia de vida: “Preciso casar ou ficarei para titia! ”. Isto, de verdade, a assustava, já que, durante toda a sua vida sempre escutava: “Aprenda a bordar e tricotar porque quando casar...” ou “Cozinhe, lave e passe com toda sabedoria porque quando casar...”. Coitadinha, a pobre da menina já não tinha mais nenhuma noção do sentimento mais sincero que existe, o amor, e nem o queria. A única coisa que estava preocupada agora que completou seus 15 anos, era de encontrar um bom marido, que fosse no mínimo rico para então se apresentar diante da sociedade como bem casada. Mas preste bem atenção, eu disse bem casada e não, feliz. A
sociedade é que tem que dizer o que somos, o que temos que fazer e o que vestir. Para que se preocupar com essas coisas “supérfluas” chamadas sentimentos? Até porque, isso não vai nos encher a barriga e muito menos nos dá um carro novo e uma mansão. Ah, não vamos nos esquecer das roupas de grife caras e famosas.
Que coisa mais triste e deplorável, vivemos e aprendemos tantas coisas, para no fim das contas não sermos mais que um produto do meio em que nos é colocado. Pobre Beatriz, com um nome de significado tão singelo: “ A que traz felicidade”, no mínimo merecia também ser feliz. Assim como todos nós, que não devemos nos deixar influenciar pelo o que outros falam ou pelo que querem que sejamos. A menina Bia foi só mais uma vítima, pertencente a uma realidade que já está sendo mudada. E sejamos assim também, críticos diante dessa sociedade que sempre nos oprime, desconfie sempre, pesquise e informe-se sobre o que lhe é passado e assim, possivelmente encontraremos o nosso espaço e poderemos fazer a diferença.
Jackeline Miranda