top of page

As Consequencias de Uma Justiça Falha 

  Joaquim trabalhava como padeiro em uma padaria não tão longe de onde morava. Muitas das vezes acordava 3:00 ou 4:00 horas da madrugada e, usando sua moto como meio de transporte, rumava para o trabalho. Este esforço fazia a fim de garantir o bem-estar da sua esposa e das suas duas filhas. E mesmo o seu salário não sendo tão alto, se esforçava para trazer o máximo de conforto possível para sua família. Apesar de tudo isso, não pôde evitar ser acusado de ladrão e assassino quando lhe ocorreu algo inesperado. 
    Era uma quinta-feira à tarde, por volta das 16:00 horas, o padeiro se preparava para retornar a sua casa. Estava cansado e ansiava por dormir. Logo que subiu em sua moto, a qual deixara em uma estreita rua ao lado de onde trabalhava, aproximou-se dele um jovem, o qual tinha uma estatura mediana e aparentava ter entre 23 e 25 anos, um jovem comum, mas que ao chegar a certa distância, puxou uma arma do cós de sua bermuda, apontou-a ao padeiro e anunciou um assalto. Joaquim se manteve calmo, talvez pelo sono que tinha. 

      Desceu de sua moto pensando que o garoto levaria apenas seu aparelho celular, mas se surpreendeu quanto o jovem pediu-lhe a chave da moto. Ao entregar a chave, pensou que estaria perdendo um dos únicos bens que conquistou e, comparando sua força à do garoto, decidiu que talvez pudesse tomar posse da arma. Então o padeiro lançou-se ao jovem e ambos disputam a arma. A luta somente teve seu fim quando se ouviu o som de um disparo. Quando as primeiras pessoas chegaram ao local da briga pra ver o que havia ocorrido, viram um homem, com as roupas manchadas sangue, em pé acima de um jovem, que estava jogado no chão, gritando e com as mãos sobre um ferimento na barriga. 
       Enquanto Joaquim estava na delegacia, contou tudo o que havia acontecido. Ao fim do depoimento ele teve que permanecer na delegacia para esperar por mais investigações. Esperava que não demorasse a voltar para sua casa, pois queria o conforto de sua família. Passado um longo tempo, um delegado apareceu para falar com Joaquim. Então quando o padeiro pensou que seria solto, descobriu que teria que ser preso. O assaltante não resistiu ao ferimento causado pelo tiro e, para a surpresa da vítima, ele estava sendo acusado de ser o autor do assalto, já que foi descoberto que o jovem pertencia a uma família de classe média e não havia motivos para realizar tal crime. Mesmo com o depoimento que fora dado, os policiais não quiseram fazer uma investigação mais profunda e assim, Joaquim foi condenado a oito anos de prisão e somente tinha o apoio de sua família para realizar investigações e provar sua inocência. 
       Tratado como um criminoso, foi levado para um presídio, onde teve que dividir uma cela em condições precárias com outros seis detentos. Para o azarado homem, estar naquela condição foi extremamente difícil e não era possível decidir o pior disso tudo: se era estar em um presídio, ser acusado injustamente ou permanecer longe de sua esposa e filhas. Teve que ficar no presídio por um longo tempo, pois nunca era encontrada uma prova capaz de libertá-lo. 
Durante este período, presenciou acontecimento que poderiam causar pânico em qualquer pessoa. Mas a pior coisa que presenciou iniciou-se durante uma noite comum. A agitação pelos corredores, gritos e até focos de incêndio anunciavam o início de uma rebelião. Nesta ocasião, o presídio se assemelhava a um campo de batalha. As pessoas se feriam com diversos tipos de armas improvisadas. A fim de procurar abrigo, Joaquim entrou em diversas salas e, em uma delas, recebeu um golpe de navalha no braço. Conseguiu fugir e se abrigou debaixo da cama de uma das celas até o fim da rebelião. Quando tudo se acalmou, foi levado a um hospital, foi tratado e recebeu a visita de sua esposa, para a qual confessou que não tinha mais estrutura psicológica para retornar para o presídio. Então recebeu a melhor notícia da sua vida. Foi descoberto que próximo de onde ocorreu a tentativa de assalto havia uma câmera e ela foi capaz de filmar todo o ocorrido. Aquela era a prova necessária para se tornar livre. 
       Passou-se uma semana até a autorização da tão esperada soltura e para o homem que foi acusado injustamente, provado da sua liberdade e que sofreu diversos danos físicos e psicológicos. Restou-lhe apenas o apoio e conforto de sua família para que pudesse se recuperar de tudo o que passou.

Khaleb Lisboa

© 2016 - Criado pelo 2º ano de Eletrônica da Fundação Matias Machline |   Política de Uso

  • Facebook Clean Grey
  • Instagram Clean Grey
  • YouTube Clean Grey
bottom of page