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As Vanguardas e a Música

Assim como em todas as formas de arte, as vanguardas se apresentaram também na indústria musical, através de sons experimentais e inovadores os artistas pretendiam, com esses projetos, parar de fazer mais do mesmo, o que os fez investir em coisas, no momento, nunca exploradas assim laçando tendências como veremos ao longo da lista. E ainda, na indústria musical, atual se vê artistas que se reinventam a cada álbum trazendo um novo material para os fãs. Procurei fazer uma lista com álbuns bastante importantes, mas que não necessariamente levaram o merecido destaque.

6. Fiona Apple – Tidal (1996)

Fernando Neves

TIDAL , seu álbum de estreia de Fiona Apple, tornou-se um disco clássico e indispensável aos amantes da boa música. No mesmo ano do lançamento, o álbum recebeu um disco de ouro e um triplo de platina por vender mais de três milhões de exemplares. Foi ainda considerado pela revista Rolling Stone, uma importante publicação americana, um dos álbuns essenciais dos anos 90. Os destaques foram as faixas Never Is a Promise, Criminal e Sleep to Dream.

As letras de Tidal são marcadas por um caráter melancólico, por vezes sombrio, e pelo teor elaborado das faixas. Fiona declarou que algumas delas foram compostas quando ela tinha apenas 14 anos, indicando que a sua inclinação para a poesia surgiu desde cedo.

 

5. Portishead – Dummy (1994)

Estreia do Portishead, , carregando nas batidas lentas, clima jazzístico e nas confissões vocais de Beth Gibbons o princípio para uma série de outras obras que viriam posteriormente. Essencialmente melancólico, o disco encaixa em cada composição versos de fundo amargurado, com Gibbons discutindo sexualidade, abandono e romance enquanto scratches e colagens noir surgem cuidadosamente. Grandes responsáveis pela beleza que envolve o disco, Geoff Barrow e Adrian Utley vão até o jazz dos anos 1950 e o cinema da década de 1960 para amarrar todas as pontas do trabalho. Verdadeira coleção de clássicos, o álbum condensa em músicas como Mysterons, Numb e Glory Box alguns dos exemplares mais significativos da década de 1990, princípios para a trilha sonora mais executada até hoje em qualquer noite de amor e sexo.

4. GRIMES (グライムス) –  Visions (2012)

Revezando na fabricação de composições sempre distantes da obviedade, mesclando eletrônica, psicodelia e uma versão particular da música pop em compostos sonoros permeados pela experimentação.

Muito influenciada pelos ensinamentos ministrados por Björk no clássico Post, de 1995, Grimes transforma toda a experimentação de sua obra em algo tátil, acessível e incrivelmente vendável. Geidi Primes, primeiro grande trabalho da cantora apresentado no ano anterior  explicita com propriedade todos os caminhos percorridos por Clarice, que através de singles como Rosa e Shadout Mapes mergulha em um lago de sensações místicas, pescando os vocais etéreos Siouxsie Sioux, o que há de mais volátil na Witch House, além de toda uma variedade de referências que mesmo similares parecem apenas dela.

3. David Bowie - The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)

Poderia ser feita uma lista das maneiras de como o Bowie influenciou diversas vezes a indústria musical. Foi com este álbum que o britânico alcançou o sucesso e o reconhecimento em sua terra – além de começar a despontar ao redor do mundo. Ele é considerado um marco para a androginia glam dos anos 1970 devido ao nascimento do seu famoso personagem Ziggy Stardust, um alienígena que vem a terra nos salvar e é corrompido pelo universo do rock. Ali você encontra clássicos, como “Starman”, “Rock n’ Roll Suicide” e “Suffragette City”.

2.Radiohead–  In Rainbows (2007)

As batidas frenéticas e guitarras robóticas anunciam: O Radiohead veio com a revolução. Mais uma vez. Exatamente uma década depois de dar vida ao clássico OK Computer (1997) e passadas as experimentações que consolidaram Kid A (2000), In Rainbows (2007, Independente) mergulharia novamente o grupo britânico em um cenário instável e de transformações contínuas. A diferença não está no completo desapego de sons comerciais, na instrumentalização da voz de Thom Yorke ou nas tramas ambientais que discutiam amor, política e outros temas existenciais, mas na forma como o registro seria lançado e entregue ao público.

1. Björk –  Biophilia (2012)

Oitavo registro em estúdio da cantora, o álbum se sustenta não apenas nos experimentos que o apresentam musicalmente, mas no conceito e na estrutura encontrada pela artista para o lançamento do trabalho. Apresentado como o primeiro “App Album” da história, o registro, parcialmente gravado em um iPad, trouxe uma aproximação de Björk com a composição musical, o que não exclui a natural aproximação da artista com outros produtores e músicos. Trabalhado em cima de temáticas sustentadas por fenômenos físicos e manifestações instrumentais específicas, o álbum faz de cada música um princípio de descoberta e arranjos adequados. Enquanto Mutual Core expande o uso das batidas, Crystalline encontra na mesma percussão um esforço ambiental, sereno. Surgem ainda associações com o Drone (Dark Matter), dedilhados tímidos (Moon) e uma valorização dos vocais, “ferramenta” que serve para amarrar todas as faixas do álbum. Na produção do álbum Björk chegou a criar instrumentos e até mesmo usar bobina de Tesla em várias faixas do álbum. Poderia ser escolhido qualquer álbum da cantora, mas por esse motivo Biophilia fica com o primeiro lugar.

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