
O Jovem Republicano
Era dia 20 de janeiro de 1866, uma época em que o Brasil ainda passava pela fase da monarquia, numa humilde fazenda em Cantagalo, cidade do Rio de Janeiro nasceu um jovem que mais tarde seria muito conhecido.
Em seus três anos de idade, sua mãe morre, assim ele cresce sendo criado por suas tias em Teresópolis, cidade também do Rio de Janeiro. Sua infância foi repleta de mudanças, pois ele sempre teve que se mudar de cidade, assim ele precisava arranjar novos amigos constantemente. Aos 17 anos, entrou para o Colégio Aquino, onde foi aluno dedicado, seu professor, chamado Benjamin Constant, o mostrou a filosofia do positivismo. Dois anos depois, foi para a Escola Militar da Praia Vermelha, onde novamente encontra seu antigo professor, mas como o jovem era alguém que gostava de
divulgar suas ideias que eram, naquela época, ofensivas ao governo; ele foi expulso da escola por expor essas ideias republicanas que não agradaram ao Ministro de Guerra.
Em 1892, após a proclamação da República, o jovem republicano retornou à Escola Superior de Guerra e formou-se em Engenharia Militar e virou bacharel em Matemática e Ciências Naturais, tornou-se primeiro tenente. Casa-se com Ana Ribeiro, filha de um major que era um dos líderes da proclamação da República, este se chamava Sólon Ribeiro.
Com 27 anos de idade, mudou-se para São Paulo para trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil. Foi chamado para servir à Diretoria de Obras Militares, na época da Revolta da Armada, a qual tinha intenções de acabar com o governo de Floriano Peixoto. Em 1891, abandonou a Escola de Guerra e virou auxiliar de ensino na Escola Militar, porém, ele começou a defender suas decisões republicanas que ainda não eram aceitas então resolveu abandonar totalmente a carreira militar. Ele participou da revolta dos Canudos e ao abandonar a guerra, conseguiu escrever uma das suas maiores obras, "Os Sertões: campanha de Canudos", que mostrava a campanha dos Canudos, no nordeste da Bahia, assim, ele descobre o interior do Brasil, que era muito mais do que ele imaginava.
Em 1904, já adulto, tornou-se chefe da comissão mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus, seu objetivo era cooperar com demarcação de limites entre o Brasil e o Peru. Assim, ele escreveu "À Margem da História". Ele partiu de Manaus para as nascentes do Purus.
Com suas obras, ele tornou internacionalmente famoso e entrou para a Academia Brasileira de Letras e para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IBGE). Na manhã do dia 15 de agosto de 1909, aos seus 43 anos, este estava amanhecido de tanto fumar à noite. Saiu de Copacabana para a casa de seus primos, em Botafogo, pegou emprestado um revólver, calibre 22. Foi para a Central do Brasil, onde pegou um trem. Ao chegar a uma casa foi morto, com quatro tiros, por Dilermando de Assis, um cadete do Exército que era amante de Ana Ribeiro. E assim morreu Euclides Da Cunha, o escritor, jornalista, engenheiro, professor e poeta brasileiro do pré-modernismo.
Gabriel Domingos