top of page

Uma vida difícil

Daniel Moreira

            Eram nove horas da noite. A rua estava deserta e nenhum sinal de vida nas duas vidas se tinha. Apenas Carlos, que esperava seu ônibus, teve um dia difícil. Acordou às cinco e meia da manhã para ir ao trabalho e ouvir as gritarias de seu chefe Roberto por achar que seu trabalho não valia a pena. Quando deu sete da noite, ele começou a se arrumar para ir pra faculdade ouvir aquele mesmo blábláblá sobre política, mas quando chegava em casa a coisa piorava. Ele encontraria seu pai bêbado, sua mãe nos vícios da droga e seus irmãos mais novos pela rua praticando delitos. Como eles conseguiam? Apenas com 14 e 15 anos de idade, teriam sido presas mais de duas vezes? Pensava ele. Seu ônibus vêm vindo, ele fez parada e entra. Estava vazio e ele vai para o fundo, onde coloca seu fone de ouvido e começa sua melancolia solitária.

           Chegando em casa, encontra o mesmo cenário: seu pai afogado em cachaça, sua mãe com hematomas no rosto (parece que apanhou do seu pai) e com cigarro na boca, seus irmãos, nenhum sinal de vida. Ele entra em casa, que havia apenas dois compartimentos, dormia no chão, como de costume, assim como toda sua família. O tempo vai passando. Quatro horas da manhã e ele estudando sobre a história dos grandes heróis das Revoluções, pensando no que a vida prometia para ele. Logo ele, que não havia nada para oferecer, sem o apoio da família, trabalhando para que o pai bebesse e para que a mãe continuasse nos vícios e os irmãos na vida de malandragem. Mas e se ele desistisse? Desistir? Por quê? Ele não garantiria um futuro melhor, não conseguiria sair daquele caso ou mesmo de todos aqueles problemas. Então o jeito é continuar e, por mais que tudo contribuísse para o pior, desistir não era uma opção e nem deveria ser.

© 2016 - Criado pelo 2º ano de Eletrônica da Fundação Matias Machline |   Política de Uso

  • Facebook Clean Grey
  • Instagram Clean Grey
  • YouTube Clean Grey
bottom of page