Estilo Literário: Monteiro Lobato

Clássico defensor de uma literatura nacional feita por brasileiros e para brasileiros, Monteiro Lobato é bem mais que sua fantástica obra infanto-juvenil, abrangendo estilos diversificados, produções criativas e públicos distintos, tudo isso com um estilo único de escrever.
Monteiro, como era chamado, sempre se interessou por leitura e desde criança passava horas a finco devorando os livros da biblioteca de seu avô. Escritor, desenhista, cartunista, crítico literário, advogado, editor, ensaísta e ficcionista, viajou desde obras que partiam e mexiam com o imaginário infantil até uma literatura crítica, onde jogava a realidade brasileira à tona.
Sua fama surgiu quando, ao escrever um artigo para o jornal O Estado de São Paulo, Monteiro Lobato se destaca entre outros na seção de reclamações e logo depois, vários outros artigos foram surgindo, inclusive o que deu origem a Urupês.
Além disso, ele jamais desejou ver um Brasil “europeizado” ou longe de sua realidade e isso é evidente na crítica que fez à Anita Malfatti, pois segundo ele, a autora era subjugada pelas vanguardas europeias (o que ele chama de “ismos”) que nada acrescentavam à sua brilhante obra. Quanto ao modernismo, era visto como conservador, mas hoje se vê que sua obra estimula, na verdade, a crítica, o questionamento e a reflexão do nosso Brasil como ele é.
Pioneiro na literatura infantil, sempre acreditou numa infância capaz de mudar o país, e sua obra voltada para esse público surge a partir da intenção do autor em dar às crianças valores culturais genuinamente brasileiros, porém reinventados.
O mundo de fantasia criado por ele traz às crianças uma fantástica oportunidade de viajar pelo nosso país, incorporando a magia e o sonho do nosso folclore e de seus grandes representantes, Saci, Iara, a Mula-Sem-Cabeça, entre outros.
Grande parte de suas obras infantis eram ambientadas no Sítio do Pica-Pau Amarelo, aonde as crianças vão à busca de novas aventuras em seus sonhos ou então em histórias contadas por sua vó, mexendo, inclusive com autores personagens da literatura mundial, como Dom Quixote.
Escreveu também, com igual importância, uma literatura extremamente crítica em relação à forma de vida do brasileiro caipira, muito bem retratado por Jeca Tatu, em Urupês, personagem esse que representa o descaso do governo e o atraso do Brasil rural em relação à sua população que não possui condições de vida adequadas.
Obrigado, Monteiro Lobato, por contribuir fortemente na identidade nacional brasileira, representando o nosso país social, econômica, politica e socialmente em suas obras magníficas.
Lucas Carvalho