Sabe-se que desde a Grécia Antiga, uma marca característica da ética é a sua indissociabilidade com a política. Nesses tempos, a ideia de constituição da pólis era permeada pelo princípio de que a cidade deveria ser dirigida por governantes sábios, justos e virtuosos.
A respeito dos termos, tem-se a ética, que para um conceito recente, designa o conjunto de costumes normativos da vida de um grupo, o modo de ser, o caráter. Já a política, significa a arte da negociação para compatibilizar interesses, e também conhecida como a arte da governança. E, por diversos períodos da história como no governo de Stalin na União Soviética, no período das Repúblicas Oligárquicas, na Guerra das Rosas ou até mesmo no governo de Getúlio Vargas, esses conceitos distanciaram-se formando uma dialética do pragmatismo dos fins com o dever dos meios.
Neste mesmo sentido, trazendo para um Brasil atual de crise política, de fato, há uma divergência entre ética e política quando se comenta em escândalos de corrupção; lavagem de dinheiro público, juízes que decidem seus próprios privilégio, alianças políticas com interesses futuros de poder e ainda compra de parlamentares como foi o caso do mensalão. Com isso, tem-se um sistema representativo que não justapõe os conceitos de ética e política distanciando “A Paz perpétua” prevista por Kant.
Todavia, a priori tem-se uma verdadeira dissociação ético-política no âmbito regional brasileiro. O que é mostrado são instituições governamentais desfeitas, que merecem ser repensadas ou até encontrar-se um sistema de governo onde o estado é menor e menos influenciador, como em países de elevado IDH.
Evoney Tavares