Muito se discute a influência religiosa na ética social no que se refere a sua relação mutualista, a construção de um "falsa moral" e a existência da ética no âmbito religioso em relação à ideia ateísta e antiética.
Embora intrínseca a ideia de ética ao conceito religioso, em sua relação mutualista, vale questionar a sua participação na construção dos valores morais da sociedade. Na idade média, antes da criação dos valores capitalistas, a igreja cristã era contra o acumulo de capital, porém em oposição à crescente migração dos proprietários privados ao judaísmo, que apoiava a concentração de capitais, a igreja católica passou a adotar essa moralidade capitalista, acarretando em valores vigentes na sociedade atual.
Além disso, a religião, ao longo da história ocidental exerceu grande papel como mediadora da moralidade social. Por meio de discursos de "salvação da alma" a religião construiu documentos que "regem" os ideais individuais, como a Bíblia e Alcorão, porém deixados a livre interpretação dá liberdade para grupos religiosos extremistas, criarem discussões no âmbito social baseados numa falsa moral.
Sendo assim, a sociedade questiona o ateísmo, julgado a religião como única mediadora da moral humana, atrelando a ideia da ausência de uma crença à ações antiéticas, porém vale analisar a intencionalidade de tais ações por meio de outras ópticas, como por exemplo uma ética empírica, sendo o produto da interação do indivíduo com a sociedade. O que leva a dizer que atrelar a ideia ateísta à cunho antiético está totalmente ligada à amoralidade.
Relacionando os fatos decorridos, a ética é uma interação do indivíduo com um grupo social que muitas vezes carregam os mesmos ideais, porém não necessariamente precisa estar ligada a uma ideia religiosa, pois há construção de valores morais com ou sem a participação religiosa
Fernando Neves